quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Bailarina de 22 anos anseia por protagonizar “Lago dos Cisnes"

Balé Kirov, um dos mais tradicionais do mundo, está em turnê pelo Brasil até setembro

Rafael Bergamaschi, iG São Paulo | 24/08/2011 09:19

Foto: Amana Salles/Fotoarena Ampliar
O balé Kirov está no Brasil para uma série de apresentações em São Paulo, Rio e Belo Horizonte
Com 22 anos de idade, a bailarina Oksana Skoryk pouco tem tido tempo para pensar em sair com os amigos ou namorar – no próximo dia 27, em São Paulo, ela estreia como protagonista do balé “Lago dos Cisnes”. Prestes a interpretar o papel mais importante da carreira até então, Oksana diz que o mais difícil é encarar um público com o qual não está acostumada. “Eu conheço o povo russo, a cultura de lá, então já sei como agir para mostrar minhas qualidades, aqui (no Brasil) é tudo novo”.

Foto: Reprodução Ampliar
Oksana: "Comecei muito cedo e me apaixonei"
Oksana faz parte do Kirov Ballet, grupo russo fundado em São Petersburgo no século 18, que, por onde passa, leva a fama dos séculos de tradição. A companhia está no Brasil para uma série de apresentações em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, mas a bailarina conta que ainda não teve tempo de conhecer o país. “Sinto que os brasileiros são muito soltos, têm mais liberdade que os russos, mal posso esperar para conhecer melhor a cidade (de São Paulo)”, conta.
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O mais difícil é conseguir um tempinho livre: a rotina de treinamentos é intensa. Segundo o diretor Yuri Fateiv, mesmo em dias de espetáculo, os bailarinos treinam por cerca de seis horas diárias. “Quando viajamos, a maior parte do tempo é gasta nos ensaios mesmo”, explica.
A estreia da peça nesta temporada pelo país foi na última terça-feira (23), em São Paulo, e, durante o ensaio geral que aconteceu pela tarde, era possível perceber a seriedade com que os bailarinos levam o treinamento. Aos gritos de um instrutor de dança, todos treinam desde passos básicos até as coreografias mais complexas. Quem erra, claro, leva bronca.
Oksana, no entanto, garante não se intimidar: “Comecei muito cedo e me apaixonei pela arte, então não tive dificuldades para me acostumar com a rigidez dos treinamentos ou com o desconforto da sapatilha."
Incentivada pela mãe, a ucraniana começou a ter aulas desde os cinco anos de idade e, quando terminou o colégio, já não tinha dúvidas quanto a qual profissão seguir. “Sabia que queria ser bailarina, então comecei a ter aulas (na escola de dança, Perm, em São Petersburgo) para poder seguir a carreira profissionalmente”, conta.

Foto: Amana Salles/Fotoarena
Companhia russa vem ao país pela quarta vez


Perguntada sobre qual seria a maior dificuldade em ser uma bailarina, Oksana não titubeia: “passo quase todo o meu tempo praticando, então acabo ficando somente entre as minhas amigas do balé, pessoas que já conheço. Isso acaba me isolando um pouco da sociedade”.
Se a imagem que consta no imaginário popular é de discussões e disputas ferrenhas pelo papel principal, a bailarina garante que na realidade não é bem assim. “Competição existe, mas ela é saudável para melhorar o desempenho de cada uma."
A opinião é corroborada por Ekaterina Kondaurova, russa de 29 anos que é a bailarina principal da companhia. “Todo mundo trabalha para conseguir atingir uma meta, sem rivalidade não há como crescer profissionalmente”, discorre. Nos outros dias de apresentação, Ekaterina é a protagonista.

Foto: Amana Salles/Fotoarena Ampliar
"Somos nós mesmas que regulamos o que comemos", explica Ekaterina Kondaurova
Ambas também concordam quando o assunto é dieta. “Não seguimos nenhuma dieta específica, somos nós mesmas que regulamos o que comemos”, diz Ekaterina. “Eu mesma acabei adotando uma alimentação balanceada, apenas quando estou no período de férias me permito deixar de seguir meus parâmetros”, completa Oksana que, mesmo tendo 1,73m de altura e pesando 49 quilos, não escapa da mania feminina por magreza. “Bem que eu gostaria de perder uns quilinhos”, diz aos sorrisos.

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